Cozinha da Matilde

Yes, nós temos chutney e tostex de banana colhida no quintal!

Me emociono a cada cacho de banana que colho aqui em casa. Desde criança acho de um privilégio e de uma riqueza sem fim colher frutas no quintal. Para mim, viver no mesmo espaço que uma árvore frutífera sempre foi o maior indicativo de riqueza de uma pessoa, e até hoje me impressiona. Não consigo achar comum, banal… continua sendo mágico e emocionante. Daí que fico com sorriso de orelha a orelha quando sai cacho nas bananeiras. Já colhi três de banana prata e um de banana ouro e no momento estou com dois de ouro e um de prata em gestação, para serem colhidos daqui há alguns meses…

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E a cada cacho colhido, além de me fartar com as frutas doces in natura, ainda aproveito para fazer alguns preparos tendo elas como protagonistas.

Desta vez eu fiz receitas muito queridas, com história. A primeira, um chutney de banana, inspirado na receita original que aprendi em Paraty, na nossa lua de mel.

A outra, um tostex de banana com queijo, inspirado no sanduiche da Lanchonete do Lindomar em Alter do Chão, que também serve o X-Piracuí com hambúrguer feito da farinha de piracuí, ingrediente querido que já rendeu outro post aqui no blog.

São duas receitas fáceis de fazer e que exaltam essa queridinha, que apesar de asiática tem toda ginga brazuca, mora em nossos corações e no PF de cada dia, ao lado do arroz com feijão.

Yes, nós temos! Prá dar e vender! :)

receita

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Esse aprendemos em nossa lua de mel em Paraty, desde então, não parei mais de fazer a receita que acabei adaptando ao meu gosto, com menos açúcar e especiarias diferentes.

E pode parecer bobeira… mas para mim vai sempre ser a primeira receita oficial nossa. Da nossa família. :)

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Eu nunca mais deixei de fazer! É um coringa, sempre me salva com as visitas de ultima hora, basta servir polvilhado de canela em pó e qualquer torradinha. Mas se você quer mesmo arrancar suspiros, sirva o danado para acompanhar frango assado ou lombo de porco… ui!

Ingredientes

  • 4 xícaras (chá) de bananas maduras passadas pelo espremedor de batata ou bem amassadinha com um garfo
  • 1 xícara (chá) de uva passa sem semente
  • 1/2 xícara (chá) de cebola brunoise (cubos mínimos)
  • 1/4 xícara (chá) de gengibre brunoise (cubos mínimos)
  • 1 xícara (chá) de aceto balsâmico
  • 1 xícara (chá) de açúcar mascavo
  • 2 colheres (sopa) vinagre de maçã
  • 2 cardamomos partidos ao meio
  • 1 pedaço de canela em pau
  • 8 cravos da índia
  • 1/2 colher (chá) de canela em pó
  • 1/2 colher (chá) de noz moscada
  • 2 colheres (sopa) de pimenta rosa
  • 1/2 colher (chá) de pimenta do reino moída na hora
  • 1 colher (chá) de sal

Modo de fazer

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Leve todos os ingredientes menos a banana amassada ao fogo baixo até ferverem, formando um molho aromático.

Acrescente a polpa de  banana, misture bem e deixe apurar mexendo de tempos em tempos para não grudar até o ponto de doce mole.

Espere esfriar e guarde em um pote esterilizado. Dura 6 meses na geladeira.

Como já disse, sirva puro como antepasto, polvilhado de canela em pó, ou para acompanhar carnes.

receita

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Essa aqui mais fácil impossível. São Tostex é o santo padroeiro de qualquer serumano que vá morar sozinho. Todo mundo sabe (ou logo aprende) a manejar um. E com um bocadinho de criatividade pode ir muito além do misto quente, como nessa versão aqui de banana com queijo.

Aliás, falando em ir além do misto quente, na primeira festa Mixto Quente lá na Casadalapa, que a Marina faz parte, eu servi um tostex de pão integral com o chutney de bananas aí da receita e queijo coalho ralado, muito parecido com esse preparo aqui e que você pode reproduzir na sua casa.

Mas bora parar de falar e passar logo a receita!

Ingredientes – 2 sandubas

  • 4 fatias de pão integral
  • 4 bananas prata ou nanica beeeeem maduras em rodelas
  • (+ ou -) 1 xícara de queijo minas ralado

Modo de fazer

Monte o sanduba como na foto, banana por baixo e queijo por cima e leve ao fogo no tostex.

tostex-de-banana-com-queijo-(leticia-massula-para-cozinha-da-matilde)

O único segredo para fazer tostex é fogo bem baixo, quanto mais lerdo melhor, do contrário vai queimar o pão sem derreter o queijo. Mas essa é uma manha que se adquire com o tempo! :)

E para quem quer um toque especial, acrescente umas lâminas de pimenta dedo de moça ou prá quem quer enfiar o pé na jaca, além da pimenta cubinhos crocantes de bacon… fica o melhor tostex ever!

Bom apetite!

Ah, já ia me esquecendo. A banana prata para ser comida cozida precisa estar bem madura, do contrário sua cica “pega” na boca. Para comer pode até estar ok, mas para cozinhar precisa estar bem madura. E bem madura significa estar com pontos pretos na casca, rachaduras, enfim, em um ponto que a gente acha que já passou, mas é o perfeito.

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Assim, tanto uma como a outra receita faça sempre com bananas neste ponto, de preferência com aquelas que estão marcando na fruteira e iriam para o lixo.

Harmoniza com…

para beber

por
marcelo pedro

A Léti já deu a dica de harmonização, quando falou que o chutney era nosso aperitivo, assim como o quibe de peixe e a pasta de berinjela, tipo babaganouche, que pedíamos antes do almoço/jantar em Paraty, sempre acompanhados de caipirinha de limão cravo ou tangerina com cachaça Maria Isabel. Claro que pode ser harmonizado com uma cerveja lager geladinha.

Mas se não for o prato principal, mas acompanhamento de uma carne assada, como lombo ou pernil de porco assados, o que manda é a carne, e aí escolha um bom tinto, português da Bairrada, ó pá!

Já para o tostex, fica mais difícil. Como tostex é sanduíche da infância, quando não bebia álcool, (exceto Biotônico Fontoura que era alcoólico nos tempos mais alegres e menos politicamente corretos dos anos 70-80), vou sugerir um suco. A primeira vez que o tomei foi no restaurante Obá, e apesar de estranhar a combinação, achei delicioso: Banana com maracujá! Esquisito, mas super gostoso. Bata no liquidificador uma banana bem madura, nanica ou prata (prefiro nanica) com a polpa de um maracujá azedo, gelo e um pouco de água gelada, para ficar com consistência líquida, não de vitamina de fruta. Ah, e nada de açúcar, basta o doce da banana, que deve estar madurinha. É super refrescante e vai casar super bem com o tostex x-banana.

Viva os noivos! (Como eu tava magrinho 12 anos atrás! Já a Léti continua em forma e linda!)


para ouvir

por
marina novaes

Este sanduba de chutney de queijo com banana é realmente incrível. Quando a Letícia participou do primeiro Mixto Quente da Casadalapa, e colocou no cardápio este tostex, eu fiquei salivando. E ainda vinha embrulhado com um saquinho colorido, cheio de estrelinhas, o que deixava com sabor especial-cara-de-Letícia.

Para harmonizar com estas duas receitas, escolhi “Sei Lá, A Vida Tem Sempre Razão”, composta em 1971, pela dupla Toquinho e Vinicius. Eu adoro esta parceria, principalmente por serem tão sintonizados e ter uma vida criativa juntos tão intensa, que faz qualquer um rever os preconceitos de diferença de idade (no caso deles, 33 anos).

Mas a versão para este post é a que tem Miúcha, Tom Jobim e Chico Buarque (adoro o jeito que a Miúcha canta separação “Porque não há nada sem separação”).

Parece uma conversa entre os três, destas que a gente tem com amig@s, divagando sobre a vida, onde a gente chega conclusões óbvias como: “nada renasce antes que se acabe”.

Neste julho de férias (para os outros, claro), momentos na Paúba com o Lucas, ou no meu desconfortável sofá com o Pedrovisk, sugerem reflexões à lá “sei lá, sei não”.

Mas este chutney de banana, além de poder ser um incrível presente de casamento, pode dar ensejo a muitas elucubrações, sedimentando uma amizade com recheio que mistura comida e música.

(E no fim, eu sugiro mesmo é fazer um tostex com o chutney de banana. Por que “Sei lá sei lá, a vida tem sempre razão”.)