Sabe o que é umbu-cajá? #frutinhasdobrasil
Inauguro com o lindo do umbu-cajá a sessão Frutinhas do Brasil aqui no brógui, e nada mais justo que começar por ele, da família Spondias; e dessa turminha falo de boca cheia, sou fã da família inteira, como se fosse o pessoal lá de casa!
O cajá-manga ou cajarana é minha fruta favorita; a seriguela, uma paixão pra se comer em cima do pé; o umbu, o rei da caipirinha por conta de sua acentuada acidez, e tenho um carinho especial pelo menorzinho da família, o cajá-mirim ou simplesmente cajá, que também é conhecido por taberebá, e que eu comia em Tocantins até “ranger” os dentes, que ficavam sensíveis com a superdose de acidez.
O umbu-cajá é um híbrido do cajazinho com o umbu, que por sua vez é uma árvore símbolo do semiárido nordestino (presente no agreste, na caatinga e no cariri), e que produz um tubérculo com capacidade de armazenar água, e por conta dessa capacidade foi chamada de “árvore sagrada do sertão” pelo Euclides da Cunha, mas isso é história pra outro post. O que importa aqui é saber que a cruza resultou nesse cajá aí, parrudão, que encorpou graças ao umbu, mas tende mais em sabor pro cajá.
E que sabor tem essa família… suco é com eles mesmo. Tanto o taperebá como o umbú-cajá fazem meus sucos favoritos. Isso sem falar nos picolés e sorvetes em que a família inteira tem vocação pra se transformar… uma rodadinha pelo Norte e Nordeste brasileiros e você vai entender sobre o que estou falando!
Agora, quer ver mesmo o umbu-cajá brilhar? Tira-gosto! O danado nasceu pra gente chupar com sal, acompanhado de uma dose de cachaça, de preferência na beira do rio, em uma praia gostosa… comida transporta a gente, né? Senti até o cheiro aqui.
Além dos sucos e geleias, o umbu-cajá é muito bom pra molhos de frutos do mar, também tem acidez na medida pra fazer um ceviche, e fica maravilhoso em emulsões e vinagretes para saladas.
Para retirar a polpa, basta amassar os frutos contra uma peneira de metal. A polpa pode ser congelada e assim dura até um ano.
A época de umbu-cajá vai de fevereiro a maio (e dá uma esticadinha em junho!). No Nordeste, basta olhar em volta pra achar pés carregados de toda a família Spondias; aqui em São Paulo a gente encontra no Pátio Pari e também à venda com ambulantes por todo o centro da cidade.
E não tem como falar de umbu-cajá e não cantarolar Morena Tropicana, que é, aliás, praticamente um hino pras #frutinhasdobrasil. Desfrute!
#FRUTINHASDOBRASIL
A sessão #frutinhasdobrasil é dedicada às incríveis frutinhas brasileiras que fazem a festa da criançada pelo interior do país. Se você tem uma frutinha do coração, manda uma foto aqui pra gente, será uma alegria compartilhar!
Texto e fotos: Letícia Massula – Revisão: Valéria Pandjiarjian