Praianas: acompanhamentos vegetarianos para churrasco
Tenho publicado poucos posts sobre minhas aventuras no fogão pequeno… mas isso não quer dizer que a relação com o fogãozinho tenha estremecido, longe disso, nosso entrosamento só aumentou e tenho ficado cada vez mais satisfeita com a comida que fazemos! A verdade é que a malemolência praiana me dá uma leseira danada e aí que fotografar a comida raramente é uma prioridade…
Mas eis que neste finde resolvi tirar o atraso e fotografar tudinho. E não era prá menos, tínhamos a companhia luxo da Marinits com Tom à tiracolo e de um casal querido de amigos, ou seja: cozinheira+harmonizador+dj+convivas= post delícia, né?!
Nossa churrasqueirinha trovão azul (presente do André Gonçalves) não aguentou a vida sob o efeito da maresia e Marcelo resolveu comprar uma outra lá na praia, toda bacanuda, e aí é claro que tinha que rolar churras no finde, sábado e domingo… e como a Marina é vegetariana resolvi fazer todos os acompanhamentos vegetarianos e assim agradar todo mundo!
E eu amo cozinhar para vegetarian@s. Ataca minha sanha alimentadora. Tenho sempre a impressão de que el@s sofrem horrores para conseguir boa comida já que sempre encontram pela frente milhões de tranqueiras para substituir (mal) a carne e acabam sucumbindo a elas, quando na verdade têm um mundo de coisas deliciosas que podem comer sem carne! Mas isso ainda vai ser assunto aqui e até lá, querid@s vegetarian@s, deliciem-se com este post, ele é todinho procês!
No fim das contas acabei fazendo vários preparos para acompanhar a carne nos dois dias. Aliás, tem sido assim minhas aventuras no fogãozinho: sempre levo à mesa uma coleção de potinhos. Todos com pequenas porções de comidinhas que vão saindo da cozinha de acordo com a minha empolgação e dos ingredientes que encontro, metade provenientes do limpa da geladeira de casa, metade com os achados do supermercado da praia. E cozinhar assim, de improviso, sem uma idéia pré-concebida do que vai sair no final é sempre uma delícia!
E neste finde, além de me adequar aos ingredientes de ocasião, rebolei para usar as facas terríveis da casa de lá, já que esqueci as minhas em Sampa (e não é chatice de cozinheira não, as facas estavam piores que serrotes, trucidando os ingredientes). Optei por preparos que demandassem poucos cortes minuciosos, e tudo acabou partido ao meio no sentido do cumprimento, ou seja, as receitas deste post são muito fáceis, afinal de contas o que a gente mais quer em dia de churras é sentar à mesa com os amigos e não perder nadinha da conversa, né mesmo?
Acompanhamentos para churrasco:
Aspargos na beurre noisette; Endívias e tomates grelhadas com azeite e flor de sal; Tomates em rama assados; Berinjela com tarê; Arroz com lentilha;
Aspargos na beurre noisette
Ingredientes: 1 maço de aspargos (quebre os aspargos ao meio com as mãos e use a parte macia, do broto), 2 colheres generosas de manteiga.
Leve a manteiga ao fogo baixo, deixe derreter e continue mexendo delicadamente até que as partes brancas e solidas do leite escureçam e fiquem em um tom de dourado/castanho característico da beurre noisette. Salteie os aspargos na manteiga por 2 minutos. Ajuste o sal.
Endívias e tomates grelhadas com azeite e flor de sal
Ingredientes:4 endívias partidas ao meio no sentido do comprimento; 3 tomates partidos ao meio no mesmo sentido; Folhas de salsinha; Azeite e flor de sal a gosto.
Disponha as endívias e os tomates com o miolo voltado para baixo em uma frigideira antiaderente.
Leve ao fogo médio por aproximadamente 5-7 minutos ou até que a endívia e o tomate caramelizem (a polpa fique escura). Regue com azeite e salpique flor de sal.
Fiz a mesma coisa com figos, mas estes eu servi com uma burrata maravilhosa da La Bufalina que a Marina trouxe para o finde.
Tomates em rama assados
Ingredientes:1 rama de tomates; azeite; sal marinho.
Regue os tomates com azeite, salpique com sal e leve ao forno pré aquecido (temperatura alta) por aproximadamente 20 minutos. Regue com azeite e sirva quente.
Berinjelas com tarê
Ingredientes: 2 berinjelas cortadas em rodelas de aproximadamente 3 dedos de altura; 1/2 xícara de shoyo; 1/2 xícara de saque culinário; 1/2 xícara de açúcar mascavo.
Disponha as berinjelas em uma frigideira antiaderente em fogo mínimo (escolha sua boca de fogo mais fraca) até que fique marrom escuro, quase preta. Vire e repita o processo do outro lado. Isto vai garantir que a berinjela cozinhe por igual.
Leve os ingredientes do tarê (saquê, shoyo e açucar) ao fogo e deixe reduzir até ponto de caramelo. Regue as berinjelas com o tarê.
Arroz com lentilha
Ingredientes: 1 cebola média brunoise (cubos mínimos); 2 xícaras de arroz bem lavado; 1 xícara de lentilha hidratada em água fria pro 3 horas e escorridas; 6 colheres de azeite; sal a gosto.
Doure a cebola no azeite com uma pitada de sal. Junte as lentilhas, refogue por aproximadamente 3 minutos. Acrescente o arroz, refogue até que todos os grãos estejam brilhantes e aquecidos por inteiro.
Adicione água fria até cobrir todo o arroz com um dedo de líquido. Mantenha em fogo alto com a panela aberta até a água secar e aparecerem os furinhos do arroz. Tampe a panela e reduza o fogo ao mínimo (escolha a boca mais fraca do fogão). Deixe secar toda a água e está pronto.
E se sobrar arroz, não perca a oportunidade de fazer um delicioso bolinho de arroz com lentilha.
Harmoniza com… por Marina Novaes (na Pick’up ) e Marcelo Pedro (no Copo)
Disko Boy – Shantel
Disco: Moods & Rhythms Vol.1 (2010)
Desta vez a harmonização musical veio no pacote. Quando entrei no carro para ir para a praia, já estava tocando a nossa trilha sonora. O disco Moods & Rhythms Vol 1, que a Let e o Ma trouxeram de Buenos Aires, encaixa perfeitamente com o este finde praiano. Já na primeira faixa tem a versão do Pink Martini para a clássica Je Ne Veux Pas Travailler, que a Edith Piaf eternizou com o refrão que nao quer trabalhar, nao quer almoçar, só esquecer, entao fumar. O disco ainda tem Peter Bjorn and John, Morcheeba, e músicas moderninhas européias, incluindo francesa, espanhola e alemã, como a do Shantel, músico alemão, que tem uma mistura cigana, ska e eletronica, com um viés engraçado que embala este post.
Enquanto cantávamos um yabadabaday yoboboboboy, íamos na mesa e beliscávamos um aspargo, uma endívia, uma berinjela, hmmmm… que banquete.
Mas ó, dos cinco adultos que se fartaram, nenhum aproveitou tanto quanto o Tomzinho. Ele, prestes a fazer um ano, foi introduzido no melhor estilo ao universo gastronômico. Eu e o Will, mãe e pai de primeira viagem, até seguimos o que pediatras, vizinhas e palpiteiros de plantão falam, mas deixamos nosso instinto fluir. O que queremos mesmo é que ele seja uma pessoa sem frescuras, que prove o que é bom na vida e que seja gente boa (o que com maior orgulho posso dizer que ele já é!).
Deixa perfeita para passar o final de semana com a Let e o Marcelo. Tirando a La Motte da Président que estava em falta no supermercado, Tomzinho experimentou e comeu de TUDO. Sem contar as frutas, que ele quase come com casca e tudo (mas com o adendo de esta vez ele ter CHUPADO limão! TRÊS vezes) ele provou tomate assado, pimentão, figo grelhado, arroz com lentinhas, o molho tarê e a berinjela, enfim, tudo o que nós colocávamos na boca, ele chegava do lado batia os bracinhos, fazia um biquinho, emitia um uh uh uh, e mandava pra dentro! Um moleque digno de signo de bagre com ascendente avestruz!
O saldo desta feita chegando em solo paulistano? Quatro dias recusando a sopa da escolinha! Ou seja, tia Let está criando um monstrinho!
O fim de semana foi perfeito. Tempo bom, calorzinho e comidona. Para começar, de bem com o clima praiano, nada melhor do que uma caipirinha de caju com limão. Uma combinação perfeita da acidez do limão com a adstringência do caju, que assim com ácido não pega na boca. Aliás, sempre espremo um limão junto com o suco de caju, porque adoro o seu sabor, mas não sou fã da sensação de velcro na boca.
Esta caipirinha nos foi apresentada pelo amigo Gelson, dono do sensacional Bar A Lapinha, que faz as melhores caipirinhas que já tomei. Eu só gosto de caipirinha de cachaça, mas prefiro as branquinhas, ou no máximo aquelas envelhecidas em madeiras neutras, como ipê. Praqueles que preferem vodka, que seja uma de boa qualidade. Aliás, esqueçam essa bobagem de que pra caipirinha pode usar cachaça barata. Depois não se queixem da dor de cabeça!
E como estávamos na praia, tomamos uma cerveja belga que eu adoro e que é a favorita da Letícia, a Leffe Blonde. Sabor suave, mas marcante, refrescante, como uma pilsen brasileira, só que com personalidade. É uma cerveja que tem aroma frutado, pouco amargor e sabor prolongado de malte. E agora está fácil achá-la por um ótimo preço nos supermercados.