Outras Cozinhas 53 – + 10 bocadas favoritas
E quando escrevi ano passado o post com minhas 10 bocadas favoritas aqui em São Paulo logo dei falta de alguns acepipes que adoro, e então prometi que faria uma nova lista com mais 10 dicas. Nós, librianos, somos sempre assim, temos uma dificuldade danada de fechar uma lista de favoritos, sempre achamos que faltou alguma coisa, que não deveríamos ter deixado isso ou aquilo de fora, enfim… foi o caso aqui, fechei a primeira lista e logo dei falta de outras bocadas amadas, daí que tinha que escrever um segundo post para dar conta de tudo.
No fim das contas, o bacana é que, em lugar de 10, você leva 20 dicas deliciosas:
1- Sarapatel do Mocotó – eu adoro sarapatel, mas não é uma iguaria que a gente acha em qualquer lugar, ainda mais aqui em Sampa. Tem que procurar. Eu já experimentei vários por aí, mas o favorito é o do Mocotó, na Vila Medeiros. É a primeira coisa que peço quando sento na mesa, acompanhado de uma cachacinha para abrir os trabalhos! É perfeito, bem temperado, as carnes macias, saborosas. O caldinho intenso, encorpado, não deve nada para o do Leite, em Recife, que é perfeito! Só de pensar em uma cumbuquinha fumegante polvilhada de farinha já começo a salivar!
2- Bolinho de carne da Dona Idalina no Bar do Luiz Fernandes – Já foi eleito pela Revista Veja o melhor petisco de São Paulo. Trata-se de um bolinho frito de carne moída, pedido de 10 entre 10 mesas de frequentadores. Um clássico. Suculento, super bem temperado, tem gosto de infância e casa perfeitamente com uma cervejinha gelada e o clima descontraído desse boteco super tradicional do Mandaqui, na Zona Norte da cidade. Se você ainda não conhece, não sabe o que está perdendo!
3- Guioza da feira da Liberdade – Produzido pela família Nakamura, é vendido na primeira barraquinha da feira, na ponta, esquina com a Avenida Liberdade, em frente à igreja. Eu amo esse guioza supersize de carnes (mistura porco, vaca e frango no recheio) cozido no vapor e finalizado na chapa, quente de queimar a boca, acompanhado de molhinho de shoyo, limão, cebolinha e pimenta. Na medida certa para aplacar a fome enquanto a gente dá um rolê pelo bairro no domingo, dia mais concorrido, e deixa para almoçar bem mais tarde. E ainda vale para dar uma olhadinha na organização e limpeza da barraca, tudo é feito na frente da clientela, de deixar qualquer pessoa que ama cozinhar emocionada.
4- Parzinho de Aji (carapau) do Sushi Lika – E já que estamos na Liberdade, passo ao próximo da lista, o parzinho de aji do Lika. Aji ou carapau é meu peixe favorito para sushi, sabor forte, contundente, é parente da sardinha, outra queridinha. Eu vivo procurando lugares que fazem parzinho de Aji, tanto o Hamatyo e o Sushi Gen fazem muito bem, mas o meu favorito é o do Lika. Um parzinho portentoso, super fresco, com textura de manteiga… leva minhas papilas à loucura!
5- Beirute de roast beef salada do Frevinho – Com quase 60 anos de existência, esse é um clássico da Pauliceia. A gente se teletransporta para outra época quando chega ao Frevo, tudo igual à época em que a Arpine, mãe da minha amiga Valéria, frequentava para as paquerinhas de adolescência nos fins da década de 50. E o sanduíche beirute vale a fama que tem. É delicioso, com recheio na medida certa, pão super crocante, queijo derretidinho. Serviço impecável de garçons de verdade, de jaqueta branca e gravata borboleta, que gritam cada pedido à boqueta. Para acompanhar, o tradicional rabo de peixe!
6- Brodeto do Pasquale – Tem dias em que preciso do conforto de um caldo. Só ele pode salvar e me dar o abraço que preciso para ser feliz. E o Pasquale faz um capelete ao brodo de carne delicioso. Caldo super leve e aromático, com a massa delicada, a medida da felicidade!
7- Macedônia do Genésio – O Genésio é um dos botecos que mais frequento aqui na Vila, fica pertinho de casa. É incrível como essa simples saladinha de frutas consegue ser perfeita. Eles fazem na hora, então não fica com gosto de passada (como em geral são as saladas de frutas). As frutas são cortadas com precisão, tudo pequenininho, maçã crocante e ácida, morango, abacaxi… taça finalizada com uma bola de sorvete de creme. Encerra com chave de ouro a noitada e sempre me salva depois de muitos chopps e muita conversa jogada fora com amigos!
8- Chilenitos do El Guaton – São pequenos alfajores chilenos cobertos de glacê sequinho e crocante, recheados de doce de leite cremoso… fazem jus à fama de loucos por doces dos Chilenos. São super caseiros, vêm embrulhados em papel de seda branco e fechados com um pequeno adesivo da bandeira do Chile. Me encanta a delicadeza, deveria vir com uma plaquinha de “cuidado, frágil”.
9- Banana caramelizada do Yokozuna – Eu não sei o que o cozinheiro faz, mas é a melhor banana caramelizada que já comi. Tem uma camada super fina de massa, bem sequinha e leve, não fica aquela bolotona de massa com um pequeno pedaço de banana no meio, como é comum. A camada de caramelo também é fina e delicada, na medida para conter a banana quente, fumegando lá dentro.
10 – Sucré da patisserie Maison de Marie – é uma espécie de biscoito doce de queijo parmesão, receita da bisavó da chef Luisa Teppet. Eu caí de amores à primeira dentada, já que me remeteu imediatamente às deliciosas ameixinhas de queijo mineiras (doce de queijo tradicional do triângulo mineiro), meu doce favorito desde criança. Achei o máximo reencontrar este sabor na patisserie francesa, adoro essas viagens de sabor e das receitas queridas. No mais, vale várias visitas a esta deliciosa e simpática portinha onde são servidas delícias do dia, tudo feito com muito amor pela Luiza!